Diante da negativa da Golden Cross em evitar o corte de 1,8 mil médicos cooperados da rede credenciada, a Defensoria Pública de Pernambuco firmou uma parceria com a unidade local da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a fim de monitorar o processo de enxugamento da operadora. Com o corte, as entidades de defesa do consumidor temem que o atendimento aos usuários fique comprometido, uma vez que 58% da carteira de clientes da empresa é composta por idosos. “Muitos têm nos procurado, receiosos quanto ao futuro”, disse a promotora Cristina Sakaki.
A preocupação da Associação de Defesa da Cidadania e do Consumidor (Adecon) é quanto à relação médico-paciente na velhice. A presidente da entidade, Rosana Grinberg, sugeriu à Golden manter o atendimento da terceira idade com os cooperados, pelo menos àqueles com mais de um ano de consulta com o mesmo profissional, mas não houve acordo por parte da operadora. “A exclusão de cooperados na rede valeria apenas para novos contrados realizados, amenizando o impacto”, insistiu Rosana.
Segundo a advogada da Golden, Nídia Aguilar, a decisão da empresa “foi questão de equilíbrio econômico”. “Não temos como manter três mil médicos credenciados. Desde 2000, época em que alcançávamos cem mil clientes, nossa carteira reduziu muito. Manteremos o mesmo padrão de atendimento, só que agora sem cooperados”. Ela anunciou que o descredenciamento dos cooperados ocorrerá em dois meses. De acordo com a ANS, se for detectada falta de atendimento por parte do plano, nesse processo, poderá acarretar multas de R$ 50 mil a R$ 100 mil.