O Sindicato dos Médicos e o Conselho Regional de Medicina vão pedir auditorias do Tribunal de Contas da União, Corregedoria Geral da União e do Ministério da Saúde para apurar supostas irregularidades na construção do Hospital Municipal Maria Tereza de Mendonça, inaugurado há três meses em São Bento do Una (Agreste) e que pode ter custado aos cofres do SUS cerca de R$ 2 milhões.
“Fiquei transtornado com o que vi. É inadmissível que tenham aprovado um projeto desse e que a obra tenha sido feita sem fiscalização”, disse André Longo, presidente do Sindicato dos Médicos, que visitou a unidade ontem para constatar pessoalmente as denúncias feitas pelo atual prefeito da cidade, padre Aldo Mariano da Silva (PMDB).
Ele questiona o porquê de um prédio municipal de 3.400 metros quadrados, com 80 leitos e seis blocos cirúrgicos, numa região que já tem dois hospitais regionais, um em Caruaru e outro em Garanhuns. E numa cidade (São Bento) que tem carência de assistência médica básica e de saneamento, que teria favorecido o retorno da cólera no ano passado.
Longo suspeita que tenha havido falhas na aprovação do projeto pelo Ministério da Saúde, no acompanhamento da obra, que deveria ter sido feito pelo Ministério e pela Secretaria Estadual de Saúde, e principalmente da prefeitura da cidade, que fez a construção. O convênio para a edificação do hospital teria sido feito em 2001(governo FHC), no valor de R$ 1,4 milhão, dinheiro liberado em 2002. No ano passado (governo Lula), um novo convênio foi firmado com a cidade, de R$ 2,9 milhões. Dos quais, R$ 560 mil foram liberados. O prefeito, que assumiu o cargo no dia 1º diz ter encontrado o hospital só com algumas cadeiras, totalmente desabastecido e com falhas estruturais. Só consultas e atendimento de emergência estão sendo feitos.
Projeto de hospital não foi enviado à Secretaria de Saúde
Publicado em 20.01.2005
O secretário de Saúde de Pernambuco, Aderson Araújo, informou ontem que o projeto de construção do Hospital Municipal Maria Tereza de Mendonça, de São Bento do Una, não foi submetido pelo município à secretaria nem ao Conselho Estadual de Saúde. Ele vai encaminhar ao Ministério Público Estadual o relatório da fiscalização feita semana passada pela Vigilância Sanitária do Estado, que constatou inadequações na construção.
“O Ministério Público deve apurar as responsabilidades”, afirmou o secretário estadual, que está no cargo há 40 dias. O convênio do município com o Ministério da Saúde para a construção do hospital foi feito em 2000 e nova verba foi liberada à prefeitura no ano passado.
Araújo reuniu-se ontem com o prefeito de São Bento, padre Aldo Mariano da Silva. Pretende ajudar a prefeitura com material hospitalar e orientar a readequação do hospital, para que funcione para partos, clínica médica e pediatria. A prefeitura quer ajuda também para instalar banheiros e reservatórios domésticos nos bairros atingidos pela cólera no ano passado.
Da Assessoria de Imprensa do Cremepe.
Com Informações do Jornal do Commercio.
Jornalista: VERÔNICA ALMEIDA.